Passados uns meses das criaturas nascerem, vem uma (falsa) sensação de que já não somos atacados pela opiniões alheias.
A verdade é que os outros já perceberam que 1) a criança sobrevive e 2) normalmente as mães não gostam muito de opiniões.
Mas como as opiniões são como as cerejas, dificilmente o mundo se aguenta sem opinar aqui e ali.
E eu, muito fechada no meu mundo, de vez em quando saio à rua, vejo e falo com pessoas e já percebi que quanto mais tempo passo na rua, mais aumenta a probabilidade de ouvir opiniões.
Porque eu, por exemplo, tenho a mania de tratar a minha filha como pessoa! Eu pergunto se ela quer carne ou peixe. Se ela quer uma camisola azul ou cor-de-rosa, se se quer levantar da mesa ou se quer comer mais.
Sim, eu falo com ela como se ela fosse, imaginem!, uma pessoa!
Eu sei que é complicado para muitas pessoas compreenderem isso, especialmente porque a história nos mostra que as crianças sempre foram tratadas como seres inferiores, à mercê da autoridade paternal.
Mas a história também mostra que o ser humano é um bocado parvo portanto eu, mãe de criança que considero ser pessoa, dou-me ao direito de a tratar como pessoa, pagando o preço de no futuro ela tratar toda a gente também como pessoas.
E a verdade é que aprendi recentemente no curso que frequentei que 80% dos conselhos não são usados para nada. E dos 20% que são usados, 80% foram pedidos!
O que quero provar com este pedaço de ciência? Que quando eu pedir conselhos, ouvirei atentamente. Se não pedi, é porque estou muito bem, obrigada por perguntarem