Poucos dias depois da Clara nascer escrevi, impressionada, sobre quão eficaz era a natureza humana:
E por ai fora. Ou é, ou não é. Agora cá merdas. Conversas introdutórias. Quebrar de gelo. "Diz que disse", "parece-me que", "há quem ache".
Para mim, vinda dum mundo corporativo onde só em graxa se gasta meio dia e todo um sorriso aquilo era supremo: diz-me o que queres e eu resolvo! Agora cá merdas!
Com o passar dos anos, e o viver permanentemente com uma criança, tornei-me eu própria numa pessoa "agora cá merdas."
Com uma criança, é a única via:
Mas é assustador como isto se alastra a todo o nosso ser, a tudo o que somos:
É assustador. Ainda mais como mãe solteira: percebes que vem de teres pouca disponibilidade, de teres todo o tempo preenchido. Inclusive o tempo do coração.
Ao contrário dos pais, parece não ficar um vazio por preencher na vida das mães depois de separadas: ele fica ocupado pelos filhos, pela casa, por uma falta de tempo para "agora cá merdas".
Não sei se isto é bom ou mau... com o tempo.
Sei que há data tem uma vantagem, não há cá merdas na minha vida.