Vamos de férias, aquelas férias pelas quais tanto esperámos.
Nos primeiros dias ainda sentimos stress, uma vontade de olhar sempre para o telefone, para o relógio, pensar no que está na hora de fazer.
Depois começamos a perceber que já não somos dinossauros histéricos de manhã e isso é fixe.
Se demoram meia hora a comer ou cinco minutos. Se brincamos todos antes de comer.
Também deixamos de ser umas feras malucas se não comem tudo, ou sujam o chão, se comem bife tenro ou douraditos.
Passados uns dias já rimos. Muito e descontraídamente.
Brincamos com os nossos filhos como não fazíamos há muito. Almoçamos 2 horas depois enquanto nos esquecemos do telefone em casa.
Mais uns dias e percebemos que mudamos: estamos mais relaxadas, tranquilas, e até humanas!
Ao final desse dia vemos que isso tem impacto em quem nos rodeia e assustamo-nos um bocado: que raio se passa connosco o resto do ano?!
Prometemos mudar. Menos internet. Menos telefone. Menos gritos e discussões. Mais passeios no parque. Menos televisão para os putos. Mais tempo em família!
Sim! Vamos mudar! E disso temos a certeza!
Até regressar a casa. E achar que isso é para quem não tem de trabalhar. Que ganhar dinheiro para pagar as contas é o que fazem os adultos.
Uma discussão. Uma birra. Está na hora da cama o que ainda fazes acordado?!
Acabaram as férias e voltou a rotina. Tem de ser! pensamos. Isto é ser adulto!
É o que pensaremos até às próximas férias. Aleita em que voltamos a sentir que não vivemos como gostariamos.
E que a vida nos está a passar ao lado. A nossa e, pior, a dos nossos filhos que já falam, já andam. E já vão sair de casa este ano.